A religião tradicional passa por uma crise, encontrando um difícil espaço para sua afirmação na modernidade. Se Deus não foi totalmente banido da vida do homem do século XXI, o percentual daqueles que não creem tem aumentado. Embora a maioria das pessoas ainda declare que acredita em Deus, acabam por não se engajar em nenhuma forma de religiosidade.
A questão é que hoje os crentes se equiparam aos incrédulos em suas ações, isso ao ponto de praticamente não existir diferença entre suas rotinas. O que os distingue é apenas uma tímida reserva mental quanto à existência de Deus. A imensa maioria das pessoas dizem que acreditam em Deus, mas vivem como se ele não existisse. A verdade é que esse sentimento velado, nem chega a ser fé, não passa de mero sentimento, ou receio, pois, afinal de contas, parece ser mais conveniente acreditar em Deus do que não acreditar.
A maioria, entretanto, acredita, apenas porque: Vá lá que Deus exista! Então, se em algum momento nos encontrarmos com um Deus criador, terá sido melhor mesmo acreditar. Assim, a postura dos declaradamente crentes não é condizente com sua afirmação, sendo que a indiferença com a qual vivemos, é o que está nos levando para uma secularização sem precedentes. O resultado disso é uma vida vazia e sem sentido.
No entanto, o homem nunca viverá sem Deus, simplesmente porque a existência de Deus não depende nem da crença e muito menos da devoção humana. Quando o homem entende que Deus tem promessas para o porvir, mas que sua atuação começa ainda nesta existência, nossa vida começam a ficar repleta de sentido, não havendo mais espaço para nenhum vazio existencial.