Mais Tolerância Religiosa

O cristianismo recebeu o comando “Ide e pregai o evangelho”. Por isso, as religiões cristãs incentivam seus membros a atuarem de maneira “intencional”. Mesmo assim, não podemos esquecer que Jesus fazia o bem sem esperar nada em troca, nem mesmo esperava a conversão daqueles abençoados com os milagres.

Ora, num estado democrático todos possuem o direito de acreditarem no que bem entenderem, e o próprio Cristo conviveu com a indiferença. É devido por todos tolerância, traduzida em respeito, mesmo que isso, obviamente, não represente concordância.

O proselitismo religioso é a arte de tentar converter para uma religião, isso é muito positivo e é da essência do cristianismo. No entanto, o proselitismo exagerado pode atingir a tolerância religiosa.

Muitos têm ido à internet e atacado às demais religiões, isso quando não o fazem contra a sua própria, em um jogo de desconstrução e intolerância. A probabilidade de convencer os verdadeiros destinatários é quase inexistente. Na sua maioria, falam para os já convertidos, tentando demovê-los da sua fé. Entretanto, a única coisa que conseguirão será desencaminhar a muitos que não terão mais fé nenhuma.

Qualquer um que não pense como eu, passo a taxá-lo de herege. Essa prática é medieval e não pode ressurgir em nossos dias.  Na Europa no início do século XVII, estava eclodindo a reforma protestante. Então o rei Ferdinando, um alemão convertido ao catolicismo, tentou frear a ascensão protestante mandando fechar igrejas luteranas. Os protestantes formaram a Liga evangélica, os católicos formam a União Católica. O resultado foi uma guerra por motivos políticos, mas com estopim religioso. Infelizmente, a Guerra dos Trinta Anos matou mais civis alemães do que as duas guerras mundiais do século XX.

O cristianismo é a religião da inclusão e não da exclusão. A tolerância é a marca de Jesus Cristo. Como alguém pode falar em seu nome e não demonstrar tolerância? Tolerância deve existir não para aquilo no que eu acredito, mas para aquilo no que não tenho fé. Infelizmente, muitos têm esquecido disso.

Os cristãos primitivos não podiam bater nas casas para tentar converter as pessoas. O cristianismo era clandestino, e o seu instituidor havia morrido numa cruz, sem falar que muitos de seus seguidores também foram martirizados. Se é verdade que o cristianismo se desenvolveu com base em conversões, isso decorria do exemplo de vida dos cristãos e de sua entrega pessoal.

Existem limites para o convencimento pela razão. O argumentar encontra limites. Ou seja, o cristianismo ensina que quem converte é o Espírito Santo. Então, quando o humano vê os seus limites, passa a agir o sobrenatural divino, tal como é próprio da religião.

Publicado por Crentes Pensantes

Trabalhamos para que crentes possam pensar e céticos possam acreditar. A fé em Deus é uma postura razoável e, por isso, quanto mais pensarmos, mais crentes seremos. Defendemos a liberdade como uma dávida, pois o cristianismo combina com pessoas livres. A Bíblia Sagrada como a palavra de Deus revelada é o nosso parâmetro de fé e crença.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: